Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder - Episódio 8
- mindinmaia
- 14 de out. de 2022
- 6 min de leitura
Se encerra o primeiro ciclo de cinco previstos para a saga de Anéis de Poder. Foram seis semanas. Um mês e meio, aguardando nas madrugadas, aqui no Brasil, para assistir os episódios.
Alguns excelentes, outros nem tanto. Mas a série trouxe para muitos a vontade, o desejo de reler, ou conhecer pela primeira vez a obra literária do mestre Tolkien.
Não apenas para compreender a série, ou ir além da ótica nos filmes de Peter Jackson sobre a obra. Mas para mergulhar de cabeça em um universo repleto de personagens, mensagens subliminares em cada estrofe, poema e canção. Onde se pode “perder” uma vida élfica neste maravilhoso universo da Terra Média, criado pela geniosa e maravilhosa cabeça do ilustríssimo senhor John Ronald Reuel Tolkien, conhecido como J. R. R. Tolkien.
O que se pode esperar de um último episódio?
Encerrando uma primeira etapa de uma série tão “hypada” nas últimas semanas. Repleta de teorias e sentimento de amor e ódio entre os fã e críticos da adaptação.
Com certeza, várias repostas. E é isso que o episódio entrega.
Neste oitavo e último episódio da primeira temporada, revelações, descobertas e mistérios dão o enredo principal, dirigido desta vez por Wayne Che Yip.

Importante ressaltar que ao longo da temporada houve vários diretores se revezando na direção dos episódios. E cada um tem um perfil de cinematográfico pessoal.
Entrando agora na trama, e aqui teremos spoiler para quem ainda não assistiu, é finalmente revelado quem é o Estranho.
Como imaginei, os roteiristas ainda fizeram um bom suspense até o último minuto possível, para revelar que o Estranho é na verdade um Istari.

Dentre os Maiar há a os Istari, um pequeno grupo de magos, de aspecto semelhante ao dos Homens, mas possuindo maior capacidades físicas e mentais. Sendo Maiar em forma corpórea os Istari possuem limitações às suas capacidades, diferentemente de Sauron, o qual veio a Arda em sua forma espiritual.
recordando um pouco…
Entre Os Istari na Terra-Média os mais importantes nos livros são Gandalf, o Cinzento e Saruman, o Branco.
No Silmarillion há a dúvida quanto à quantidade exata de Istaris que teriam ido à Terra-Média. Dos cinco que entraram nas histórias, dois tiveram papel principal, um terceiro, Radagast, teria se desviado de seu intento, e os outros dois teriam se perdido no leste.
Diz-se que Radagast se perdeu ao se importar mais com os animais e plantas do que com sua missão de ajudar o povo de Arda. O que de certo parece estranho, pois, desde o princípio, ele fora escolhido por Yavanna, que era a "patrona" tanto dos animais quanto das plantas. Ademais, sempre fora grande o desprezo que Saruman tinha por ele. Mesmo em Aman, foi necessário que Yavanna insistisse muito com ele para que pudesse levar consigo Radagast.
Já os Magos Azuis, sabe-se que foram para o Leste com Saruman, mas de lá nunca retornaram. Não se sabe ao certo o que aconteceu com eles; talvez tenham também se perdido em seu intento, ou tenham sido capturados por Sauron e submetidos à vontade dele.
Os cinco eram:
Gandalf (conhecido ainda por Mithrandir, Olórin, Tharkûn, Íncanus, o Cinzento ou o Branco)
Saruman (Curunír, Curumo, Sharkey, o Branco ou de muitas cores)
Radagast (Aiwendil ou o Castanho)
Alatar (O azul, mais citado junto de Pallando como os "Magos azuis")
Pallando (O azul, citado mais junto de Alatar como os "Magos azuis")
Logo, se entende que o Estranho, no meu entendimento, esteja mais para Radagast, por está envolvido com a natureza e em Verdemata, do quê qualquer outro dos quatro restantes.
Acabo descartando Gandalf, pois nos livros ele é o último a chegar, logo, apesar da série estar comprimindo bastante os eventos, não acredito que achata tanto a história ao ponto do Estranho ser Gandalf.
Porém, vemos que os Pés Peludos (Futuros Hobbits), muito ao seu lado e até a Nori, acabam indo em uma aventura com o próprio Estranho, onde o mesmo diz uma bela frase:
“Sozinho é só uma jornada. As aventuras devem ser compartilhadas"

E agora tem um pouco mais de lembrança, mas ainda longe de saber quem é. Apenas sabe que não é o Senhor Sombrio, como dito pelas Sacerdotisas.
O que deve ter deixado muitos internautas decepcionados e outros bem confiantes, diante de várias teorias sobre ele, desde que apareceu no primeiro episódio.
Sugestões não faltava que o mesmo era o Sauron.
Que por sinal, é um dos erros na tradução, ao meu entender, pois nenhum subordinado chamaria o Senhor Sombrio de Sauron. Pois, é sabido que Sauron é um apelido pejorativo, para o Senhor Sombrio, que tem diversos nomes.

Mas Sauron, seria, em um exemplo bem simples, algo como chamar os Anãos de baixinhos, ou nanicos.
Logo, Sauron não era um nome pronunciado pelos seus subordinados, e sim, como seus inimigos o chamavam.

Outro momento que me deixou um pouco decepcionado é quando Celebrimbor, dá a entender que três jóias são as silmarils. O que seria impossível canonicamente, pois todas as três estão fora de alcance de todos, desde o final da primeira era, além de ser praticamente impossível tocá-la, se não for digno de tal ato.
As Silmarils (originalmente chamadas Silmarilli em quenya), também conhecidas como as Jóias de Fëanor, eram gemas criadas por Fëanor a partir de alguma essência das Duas Árvores de Valinor, Laurelin e Telperion, antes da Primeira Era. Eles estavam entre as mais premiadas de todas as maravilhas criadas pelos Elfos e eram cobiçadas por muitos. Foi dito que o destino de Arda foi tecido sobre as Silmarils.
Celebrimbor além neto de Feanor, na segunda era tornou-se o maior artífices de Eregion e criador dos três Anéis do Poder: Nenya, Vilya e Narya, mas também fez a segunda Pedra Élfica (em uma versão) para Galadriel, que mais tarde a deu a Aragorn.

Logo, se realmente for a silmaril neste cena, é uma falha grotesca dos showrunners. Talvez pior, até do que a história da criação inventada para o mithril, que ainda rende neste último episódio decepcionante.
Mas, para alegria de todos, Sauron se revela! Não como Annatar, o senhor dos presentes, como nos livros. Se infiltrou e enganou alguns, inclusive a mim, vindo como Halbrand.

Sinceramente, ainda não vejo sentido no porque ele estava em alto mar. Esse papo que sentiu a Luz de Uno, e se arrependeu. Foi bem sagaz o Senhor Sombrio usar as próprias palavras de Galadriel contra ela.
Halbrand se revela como o Senhor Sombrio, e acaba com um dos mistérios desta primeira temporada, me surpreendendo, admito. Mesmo achando pouco trabalhado esse aparecimento do Sauron.

Enganando tanto Celebrimbor e Elrond e até a Galadriel. Que só desconfia após algumas conversas com Celebrimbor, e buscar informações sobre a linhagem dos Reis da Terra do Sul, descobrindo que tal linhagem não existe há mais de mil anos.
Depois de tais revelações, a série comprime de forma absurda os acontecimentos seguintes. Deixando o telespectador sem saber se foi feito algum anel, se sim, quantos foram feitos e se ele levou algum anel na fuga de Eregion.
Além do “milagre” de como ainda sobrou Mithril para fazer mais três anéis, após ter feito, em tese, 16 anéis com Halbrand. Já que segundo os livros, são nove anéis aos homens
sete aos anões, um para si, que levou para ser confeccionado na Montanha da Perdição.

Além dos três feitos para os Elfos, só tinha um pedaço tão pequeno para 20 anéis ao todo.
É o tipo de compressão que pode ser feita, sem problemas, mas que não precisa fazer o telespectador raciocinar tanto sobre, quando poderia explicar com flash rápidos o que aconteceu.
E com esse desfecho, surpresas, desapontamentos, desalinhamento com os livros e agora muita espera pela próxima temporada, se encerra o oitavo capítulo.
Sabemos da liberdade, sabemos que nem tudo seria fiel aos livros por ser uma adaptação. Sabemos que é difícil agradar a todos, os filmes não agradaram no início, depois foram mais aceitos e hoje são vistos são referência para muitos que nunca leram toda a obra canônica de Tolkien.
Porém, já sou mais aberto a novidades. Já compreendo melhor a diferença entre algo baseado, adaptado e inspirado em um livro, como algo que vai haver um olhar diferente do autor da obra, por quem vai adaptar a história para uma série ou cinema.
Há olhares diferentes, pontos que chamam atenção na obra, que são distintos entre o diretor, o público e o fã.
No mais, achei a série magnífica. Com ótimos efeitos, músicas e locais lindíssimos, digno de uma grande série que vai ficar na história.
Mas também compreendo que há criações e adaptações, digamos, forçadas, principalmente para um público que leu os livros.
Que venha a segunda temporada, e nos surpreenda ainda mais. Já que está ainda, até onde li, no início das filmagens, que só deve ter a sua estreia em 2024.
Até lá, com toda certeza, irei maratonar novamente toda a primeira temporada, pelo menos mais um vez. Para ter raiva em alguns momentos novamente e ficar maravilhado com cenários, música e diálogos em outros
Namárië…
● Episódios 1 e 2: ★★★★☆ 4/5
● Episódio 3: ★★★★★ 5/5
● Episódio 4: ★★★★★ 5/5
● Episódio 5: ★★★☆☆ 3/5
● Episódio 6: ★★★★★ 5/5
● Episódio 7: ★★★☆☆ 3/5
● Episódio 8: ★★★★☆ 4/5
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