Crítica de Wicked - Parte Um

A tão esperada estreia de Wicked, adaptação cinematográfica do famoso musical da Broadway e livro de Gregory Maguire, chegou aos cinemas no dia 21/10/24 e não é exagero afirmar que foi uma ótima surpresa tanto para fãs como para aqueles que ainda não conheciam a obra. Estrelado por Cynthia Erivo e Ariana Grande, o longa conta a história das icônicas Bruxa Má do Oeste e Bruxa Boa do Sul que conhecemos lá na história O Mágico de Oz por meio da direção de Jon M. Chu e tem roteiro assinado por Dana Fox, nos surpreendendo por ser apenas o início de tudo já que teremos que esperar até o mesmo dia de 2025 para ver o final de Glinda e Elphaba em um segundo filme.

Com uma duração de 160 minutos, o filme promete trazer uma nova abordagem ao universo Mágico de Oz. Felizmente para os fãs, Wicked respeita bastante suas origens e é muito fiel a peça e sua primeira parte é forcada no ato inicial. Podemos ver a magia acontecer desde a primeira música No One Mourns The Wicked na qual Glinda aparece pela primeira vez em sua famosa bolha e todos cantam com alegria a morte da Bruxa Má do Oeste, mas sutilmente nota-se que talvez nem todos estão realmente bem com aquilo.

Logo após temos um retorno ao passado e podemos finalmente ver como foi a chegada de Galinda (na época não era Glinda) a Universidade Shiz, assim como Elphaba e sua irmã Nessa. Enquanto Galinda é claramente popular desde que pisa os pés em Shiz, Elphaba sobre racismo por sua cor de pele. As duas são como água e óleo e de início realmente não se dão bem, o que resulta em What Is This Feeling? , porém ao longo do filme vemos uma amizade improvável surgir e uma das melhores e mais famosas músicas chamada “Popular” só confirma o desejo de Galinda em transformar Elphie em popular assim como ela.

Mais profundo que seus problemas com sua cor de pele que a acompanham desde a infância ou se tornar popular,  Elphaba se vê presa em um dilema ao se apaixonar por alguém que não pode e pior, ter que ajudar seu professor e também amigo, o bode Dillamond e todos os animais que sofrem com descriminação e perseguição em Oz. Para ela, o Magico de Oz é a única salvação.

Ariana Grande leva sua Galinda a outro nível de forma carismática e espirituosa trazendo o toque de humor que o filme precisa em diversos momentos e tirando a tensão que muitas vezes sua companheira de cena traz para sua personagem. Porém, é Cynthia Erivo quem rouba a cena com sua dramática Elphaba trazendo vulnerabilidade e força que são mostrados através do crescimento da personagem do início ao fim do filme no ápice da música Defying Gravity, na qual Erivo após descobrir a verdade sobre tudo realmente desafia a gravidade e traz muitos as lágrimas de emoção.

Mesmo para quem não conhece o livro ou a peça, o filme de Wicked se torna uma excelente porta de entrada para apresentar esse mundo mágico a um novo público e fica difícil não se conectar com o mundo de Oz quando ele foi tão perfeitamente reproduzido no filme.

Você sabia que foi investido na construção um trem de 16 toneladas, uma cabeça gigante de um mago e plantado mais de 9 milhões de tulipas só para o filme? Além disso, as músicas foram cantadas em tempo real (exigência das protagonistas) e o figurino é nada mais nada menos que estrondoso de tão lindo e detalhado. Já para os fãs antigos não se preocupem, tem muitos easter eggs escondidos e uma GRANDE surpresa durante o filme.

Apesar de longo, Wicked traz fluidez e leveza com sua história de amor, amizade, luta e escolhas nos deixando com aquele gostinho de quero mais assim que acaba. Não é atoa que muitas pessoas que não conheciam a história após o filme foram rapidamente pegar o famoso “spoiler” da segunda parte vendo vídeos da peça na internet. Porém é importante lembrar que mesmo com a grandiosidade da produção, Wicked é um musical e seu formato pode não agradar a todos. O filme é repleto de músicas, como é de se esperar e é um prato cheio para os fãs do gênero mas pode não conquistar aqueles que não gostam das narrativas conduzidas por músicas.

★★★★★ 5/5