Crítica de The Flash
- mindinmaia
- 16 de jun. de 2023
- 2 min de leitura

Obras sobre viagem no tempo sempre foram as queridinhas do público Sci-Fi, sobretudo na sétima arte, gênero que vem sendo explorado não só no campo científico, mas, em muitas comédias, como não se via antes. E é viajando nas mais variadas vertentes que Andy Muschietti (It – A Coisa) entrega o tão esperado The Flash.

Barry Allen (Ezra Miller) divide sua rotina entre trabalho e super-herói, porém, é no seu passado que mantém seu foco: a prisão e julgamento de seu pai, que fora acusado do assassinato de sua mãe (não é Martha!), anos atrás. E é num devaneio que, acidentalmente, descobre que pode viajar pelo tempo. Cabe, agora, a Barry usar seu conhecimento e seus novos amigos a desfazer (ou não) toda a bagunça gerada pela macarronada de universos colidindo.

Claramente inspirada na obra máxima de viagem temporal de H. G. Wells, Muschietti adapta o famoso Flashpoint Paradox de forma bastante satisfatória, ao colocar em pauta o famoso efeito borboleta, onde uma pequena mudança no passado pode gerar uma série de consequências sem precedentes. Sim, funciona, apesar do inchaço no gênero, causado por uma infinidade de filmes do gênero, nas últimas décadas, o diretor soube dosar bem os momentos mais dramáticos e mais cômicos, quando o roteiro pede. Muito disso só dá certo, em grande parte, pelo peso do carisma e ótima atuação de Ezra Miller.

O ator, que interpreta duas versões do Barry, é bem feliz ao entregar personagens bem escritos e bem diferentes, mérito da roteirista Christina Hodson. Com um rosto expressivo, Miller traz veracidade às suas cenas, sendo determinante para que o público se envolva com a trama que, sim, tem seus altos e baixos. Outra presença muito aguardada era a de Michael Keaton (Birdman), o Bruce Wayne/Batman mais amado de todos os tempos. Sua inserção não é à toa, na verdade, é tão importante quanto o papel de Barry no longa.

The Flash também é palco da volta da Supergirl, Kara Zor-El, prima do Superman que conhecemos. Uma boa surpresa. A novata Sasha Calle estreia do DCU em ótima forma, entregando boas sequências de ação e uma promessa de mais aparições nos filmes futuros (?). e falando de ação, o longa entrega cenas ótimas, desde um resgate nervoso num hospital prestes a cair às várias voltas no tempo, temos sempre muita adrenalina. Infelizmente, os efeitos visuais não acompanham bem as cenas: quase em sua totalidade, se vê muitos personagens “borrachudos”, desde bebês até mesmo vilões e outras surpresas que Muschietti preparou e que deveriam ter sido mais memoráveis.

The Flash é, incontestavelmente, um bom filme de gênero, sobretudo ao conseguir entregar acima do esperado, seja pela má fase de filmes de heróis ou até mesmo pelas polêmicas que cercam o ator protagonista. Infelizmente, não se sabe como será a recepção do estúdio para a volta do Flash, já que todo o universo está sendo estruturado. Resta aos fãs usarem e abusarem de todos os easter eggs e embarcarem na loucura que é a viagem multiversal.
★★★★☆ 4/5
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