Crítica de Renfield: Dando Sangue Pelo Chefe
- mindinmaia
- 25 de abr. de 2023
- 2 min de leitura

Poucos derivados de Drácula acertaram em trazer o personagem num longa, em situações e em épocas diferentes das tradicionais. Da mesma forma que Leslie Nielsen e Peter MacNicol protagonizaram a hilária comédia Drácula – Morto, Mas Feliz, agora, quase 30 anos depois, ficou nas mãos de Chris McKay (A Guerra do Amanhã) presentear os fãs dos gêneros
com o ótimo Renfield: Dando Sangue Pelo Chefe.

Prestes a fechar o negócio de sua vida e carreira, o advogado Renfield (Nicholas Hoult) é transformado num lacaio pelo Conde Drácula (Nicolas Cage). Sua missão: garantir sangue novo sempre que seu mestre pedir. Após séculos de servidão, o cansaço psicológico o faz imaginar uma vida longe das amarras do vampirão, mas, para isso, uma intervenção será
necessária. A premissa parece simples, mas a tarefa de mesclar todos os elementos encontrados aqui não é nada fácil. McKay consegue extrair o melhor de cada situação, graças ao roteiro claro e direto, com poucos cortes e sempre finalizando uma ideia quando ela precisa acabar.

Hoult consegue carregar o filme nas costas sem dificuldades, mesmo com Cage “dando vida” a um dos personagens mais adorados pelos adoradores do gênero. Ele demonstra com clareza a carga de séculos de, segundo ele, subserviência e relação tóxica com seu chefe, tudo isso numa terapia em grupo.

A direção, neste ponto, foi bem precisa, pois a relação entre eles é o que garante o grau de imersão na trama principal. Sim, o longa apresenta uma subtrama rasa e pouco interessante, que remete a filmes policiais dos anos 90, com a inserção da guarda Quincy (Awkwafina) e o traficante Lobo (Ben Schwartz). É onde o ritmo dá uma leve tropeçada, mas, sem muito estrago.

A direção de arte é outro ponto alto: todas as cenas de ação são muito bem escritas e executadas. Aqui, o sangue jorra com muito humor e desmembramentos dignos de filmes de ação da mais alta qualidade. O uso de efeitos práticos e digitais estão bem utilizados, sem excessos.

Renfield: Dando Sangue Pelo Chefe é um exemplo ótimo de como fazer uma comédia pipoca de ótima qualidade, aproveitando seu elenco, fisgando boas risadas e, o mais importante, dando aula de como referenciar uma obra clássica sem estragar tudo, como se vê na série Drácula (2020).
★★★★☆ 4/5
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