Crítica de One Piece
- mindinmaia
- 11 de set. de 2023
- 3 min de leitura

A série live-action de One Piece é uma produção da Netflix que adapta o mangá de mesmo nome criado por Eiichiro Oda com mais de 25 anos desde seu lançamento. A obra original é o mangá mais vendido da história com cerca de 516 milhões de unidades espalhadas pelo mundo.

A história se passa num período denominado "Era dos Piratas" no qual acompanhamos a trajetória de Luffy (Iñaki Godoy), um carismático e ingênuo garoto que busca encontrar um misterioso tesouro chamado One Piece e assim, se tornar o "Rei dos Piratas".

A fidelidade da produção à obra original é impressionante, desde os visuais dos personagens até a representação de suas personalidades. Destaques notáveis vão para Luffy, Nami (Emily Rudd) e Zoro (J. J. Jr. Mackenyu), que são interpretados de forma excelente. Além disso, a série captura com sucesso o espírito galhofeiro e cômico da obra original, apresentando um mundo repleto de personagens excêntricos.

A série também acerta ao abraçar o tema de aventura e construir uma química convincente entre os personagens do grupo principal, especialmente Nami e Zoro. Além disso, ela se destaca ao expandir a história com adaptações bem-sucedidas, dando mais protagonismo a personagens como Garp (Vincent Regan) e Koby (Morgan Davies), e explorando eventos mencionados apenas de passagem no mangá.

Os vilões são uma parte crucial do sucesso da série, com efeitos especiais e maquiagem impressionantes que dão vida a personagens como Buggy (Jeff Ward) e Arlong (McKinley Belcher III), que divertem ao mesmo tempo que intimidam conseguindo transmitir o carisma dos personagens originais.
A série também aborda temas importantes como liberdade, amizade, companheirismo, preconceito e igualdade, usando os homens-peixe como um exemplo da luta contra a discriminação e opressão.

No entanto, nem tudo são flores. A série tem problemas de ritmo em certos momentos, o que afeta o fluxo da narrativa, especialmente em arcos como o da Vila Syrup e em cenas repetitivas envolvendo a Marinha.
O desenvolvimento do personagem de Usopp (Jacob Romero Gibson) é um ponto fraco, com uma introdução apressada e confusa em seu arco de entrada no bando dos Chapéus de Palha.

A ausência da participação ativa das vilas em cada arco é uma falha notável, pois elas desempenham um papel fundamental no mangá. Na obra original, os habitantes de cada vila são atuantes no desenrolar de cada arco e contribuem no entendimento da problemática existente naquele local e participam ativamente das discussões e conflitos posteriores. Coisa que na série não ocorre, limitando a população a meros figurantes e tendo suas participações resumidas a 4 ou 5 falas por arco. Claro que para adaptar dezenas de capítulos em uma série de 8 episódios não é um trabalho fácil mas a falta da presença dos moradores prejudica o entendimento das subtramas dos arcos e falha ao não conseguir aproximar o espectador daqueles personagens.

A série também falha em transmitir a grandiosidade do universo de One Piece, muitas vezes restringindo-se a cenários fechados e deixando de explorar o vasto mundo do mangá.
Embora a caracterização dos personagens seja acertada, algumas perucas e vestimentas soem artificiais, afetando a sensação de realismo.

No entanto, os efeitos especiais, cenas de luta bem coreografadas e o desenvolvimento de arcos de personagens como Nami, Sanji e Zoro são pontos positivos.
No geral, a série live-action de One Piece é uma adaptação sólida e divertida, com alguns deslizes notáveis. A participação do autor original, Eiichiro Oda, na produção é crucial e ajuda a capturar a essência da obra.
★★★★☆ 4/5
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