Crítica de Meninas Não Choram
- mindinmaia
- 9 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
A chegada de Meninas Não Choram à plataforma Netflix marca não apenas a estreia de um novo filme, mas também a ressonância de uma narrativa já conhecida. Produzido por Tiago Rezende, Mariza Leão, Gabriel Gurman, Ricardo Constianovsky e Tomas Darcyl, Meninas Não Choram é dirigido por Vivianne Jundi (Detetives do Prédio Azul 2 e as séries Detetives do Prédio Azul e De Volta Aos 15, da Netflix). Com roteiro de Gabriel Amaral e Bryan Ruffo, o longa é uma releitura de Jogo da Vida (Cool Kids Don’t Cry / Achtste-Groepers Huilen Niet) e aposta em um gênero pouco explorado em filmes nacionais, mas que faz muito sucesso com os brasileiros e já garantiu excelentes bilheterias, como exemplo de A Culpa é Das Estrelas – a produção é da Morena Filmes, em coprodução com a Galeria Distribuidora e Telefilms.
No centro da história está Pipa (Letícia Braga), caracterizada por sua vivacidade, humor e determinação, cujo amor pelo futebol é central em sua identidade. Contudo, a vida da protagonista toma um rumo dramático e imprevisível, transformando completamente sua jornada. Sua inclusão no top 10 brasileiro da Netflix evidencia não apenas sua popularidade, mas também sua capacidade de ressoar com o público nacional.
É imperativo ressaltar a impressionante atuação de Letícia Braga, cujo desempenho é excepcional e solidifica seu lugar como uma das mais talentosas atrizes de sua geração. Sua habilidade em transmitir emoções genuínas e complexas adiciona uma camada de autenticidade à narrativa, elevando ainda mais o impacto emocional do filme.
Ao mergulhar na vida dessa adolescente, o filme revela uma visão comovente e complexa da adolescência, destacando especialmente os desafios enfrentados após o diagnóstico de leucemia. É nesse ponto que Meninas Não Choram se destaca, abordando com sensibilidade e profundidade os altos e baixos emocionais que acompanham uma condição médica tão grave.
A intensidade dramática, as performances dos atores e a própria narrativa demonstram um notável potencial para elevar ao patamar dos melhores filmes de drama nacional. Apesar de minha expectativa por mudanças no enredo, reconheço o mérito da escolha de manter certos clichês, pois o desfecho previsível parece ser a única conclusão possível para essa história.
Através da história da protagonista, o filme não apenas retrata sua luta pessoal, mas também examina temas mais amplos, como a fragilidade da vida, a força do amor e a importância da amizade. Meninas Não Choram promete ser mais do que apenas um filme sobre doença; é uma exploração da experiência humana em sua totalidade, desafiando o público a confrontar a complexidade de nossas próprias vidas e relacionamentos. Nesse sentido, o cinema brasileiro mais uma vez se posiciona como um catalisador para discussões significativas e reflexões profundas sobre o que significa ser humano.
★★★☆☆ 3/5
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