Crítica de Mais Que Amigos

Mais Que Amigos, Friends é um longa que estreará 24 de novembro de 2022 aqui nos cinemas nacionais, trás a seguinte sinopse:

“Um curador de um museu de Nova York é contratado para escrever uma comédia romântica sobre um casal gay. Ao longo do caminho, ele conhece um advogado machista.”

Mais que simplória, essa sinopse não trás 10% da mensagem que o filme quer passar. Na minha visão, não há machismo, nem homofobia, nem nada neste sentido de intolerância e não aceitação. É um dos primeiros filmes de comédia romântica lgbtqia+, que não traz foco,e praticamente nem menciona ou mostra, qualquer tipo de intolerância de gêneros.

Mais que Amigos, é um filme muito bem humorado, que trata da normalidade cotidiana do protagonista Bobby Lieber (Billy Eichner). Que é homossexual (cis gay) e tem uma rotina, no mínimo, irreverente e engraçada, além de bem agitada.

Com uma temática cômica do início ao fim, a trama retrata como, além de interessante e agitado, também há seus momentos de reflexões e erros, com qualquer pessoa se depara em algum momento.

A trama tenta realmente mostrar o cotidiano do protagonista, com suas relações sociais, amorosas e profissionais, e mostra que é bem mais animado e interessante que a grande maioria das pessoas.

O longa mostra pontos bem interessantes, como por exemplo, que nem todo gay é igual, relatado pelo próprio protagonista em diálogo na obra.

Tenta-se mostrar que o publico lgbtqia+ estão dentro de todas a história (no caos foca na americana), e que não são uma novidade para ser enaltecido nos tempos atuais, com algo novo.

O filme traz no ceio da sua mensagem, que atualmente, não há nada de diferença no cotidiano de um cis gay, e de um hétero.

Algumas cenas, podem deixar as mentes mais puritanas desconfortáveis, mas longe de tirar o brilho, a irreverência e humor, mesmo em quadros tensos e explícitos.

Há alguma liberdade amorosa que é um pouco mais aceitável, como a obra mostra, do que, talvez, na grande maioria nas relações entre héteros. Porém, passa longe de ser ofensiva ou desrespeitosa com os envolvidos.

O filme mostra que um relacionamento se constrói no dia a dia, sem previsões ou premeditações. Simplesmente acontece, se transforma e solidifica com a convivência, superações e não com a expectativa.

A sinceridade extrema, é um dos pontos altos da trama.

Com praticamente todo o cenário mais urbano, passando a grande parte em Nova Iorque, com trilha sonora bem interessante por não puxar para clichês do publico lgbtqia+. E ainda há uma belíssima música feita para o filme no final, que retrata bem como sinceridade, liberdade, constrói sentimentos verdadeiros e sólidos.

É uma daquelas comédia romântica clássica, onde você se identifica com o Bobby e sua “luta” para não precisar "moldar-se" no dia a dia. Ele é quem ele é, e ponto final.

Mas a vida sempre nos ensina a avançar, e recuar, a pedir perdão, cada um a sua forma e a sua maneira.

O elenco, se completa com Luke Macfarlane (como Aaron), Brock Ciarlelli (Steve), Monica Raymund (Tina), Guillermo Díaz (Edgar), Bowen Yang (Lawrence Grape), Ts Madison (Angela), Guy Branum (Henry), Jim Rash (Robert), Amanda Bearse (Mrs. Shepard), Dot Jones(Cherry), Eve Lindley(Tamara)

Chamo muito a atenção para o protagonista Billy Eichner (como o Bobby), sua atuação, gestos, alma que ele coloca na atuação, foi uma atuação impecável na obra.

Acho um ótimo filme, onde não entra em polêmicas, não explora a fundo temas muito sensíveis, e sim demonstra que amor é amor. Independente de suas preferências, todos temos o direito e o dever de sermos felizes com as nossas escolhas.

Um filme que coloca em pleno século XXI, uma nova abordagem para o tema comédia romântica, onde não há diferença alguma diante de alguma preferência, apenas irreverência e excelente humor em obras como esta.

★★★★☆ 4/5