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Crítica de Jurado Nº 2

  • mindinmaia
  • 30 de dez. de 2024
  • 3 min de leitura


Se você é fã de Clint Eastwood, provavelmente já se deparou com o nome de Jurado Nº 2, um filme que teve sua exibição estranhamente limitada pela Warner, gerando rumores de um possível boicote por parte do estúdio. A especulação mais comum é que isso tenha a ver com o posicionamento político conservador do cineasta, algo que sempre gerou controvérsia em Hollywood. Seja por questões comerciais ou políticas, o fato é que o filme não recebeu o apoio esperado para uma obra de um cineasta tão renomado, o que nos leva a refletir sobre o impacto das crenças pessoais dos artistas na forma como seus trabalhos são tratados pela indústria.



A história de Jurado Nº 2 segue um caminho bem direto, com um dilema moral claro e eficaz. O protagonista, Justin Kemp (Nicholas Hoult), é chamado a integrar um júri no julgamento do assassinato de Kendall Carter, uma jovem que foi encontrada morta ao lado de uma ponte após uma briga com o namorado. No entanto, a trama toma um rumo interessante quando Kemp, começa a suspeitar que pode ter atropelado a vítima naquela noite chuvosa, embora tivesse achado que havia atingido um veado. Esse insight o coloca em um dilema ético profundo, já que ele pode ser o verdadeiro responsável pelo crime, mas não tem coragem de se assumir como tal.



Enquanto isso, o júri está prestes a condenar o namorado de Kendall, James Sythe, considerado um homem violento por seu histórico criminal, o que faz com que Kemp se veja pressionado entre a possibilidade de inocentar o acusado ou admitir sua própria culpa. No meio desse turbilhão, entra em cena Faith Killebrew (Toni Collette), a advogada da família da vítima, que vê no caso uma chance de impulsionar sua carreira política. Ela sabe que um veredito favorável pode ser um trampolim para seus próprios objetivos de ascensão.



A narrativa é simples, como é característico no estilo de Eastwood, sempre focado nos dilemas internos de seus personagens. No caso de Kemp, a principal barreira para que ele enfrente a verdade é o medo de perder sua família, especialmente sua esposa grávida, prestes a dar à luz. Ao tentar convencer os colegas jurados de que o namorado da vítima é inocente, ele se vê paralisado pela culpa, um sentimento que o corrói por dentro.



No entanto, uma trama simples não significa, necessariamente, um filme fraco, mas infelizmente, isso é o que acontece aqui. Jurado Nº 2 possui todos os elementos para ser uma obra envolvente, mas acaba falhando em despertar o real interesse do público. O filme perde a oportunidade de explorar mais profundamente a vida de Kendall, os motivos que a levaram a esse fim trágico, o dia fatídico do crime e, principalmente, a vida de James Sythe, que tem sua existência completamente virada de cabeça para baixo pela decisão do júri. Ao invés disso, o longa se limita a uma abordagem superficial, deixando seus personagens pouco desenvolvidos e suas histórias rasas, o que em alguns momentos torna o filme enfadonho e sem grande atrativo, principalmente quando a trama fica estagnada sem avançar.


Mesmo sem grandes surpresas no enredo, a obra segue a fórmula de Eastwood ao se aprofundar nas questões morais e nas escolhas que podem definir o destino de uma pessoa. O dilema de Kemp é de fato intenso e coloca em jogo muito mais do que o futuro de um indivíduo, trata-se de integridade, responsabilidade e das consequências de nossas ações. A história, por mais simples que seja, traz reflexões universais sobre a culpa e a responsabilidade, temas com os quais muitos podem se identificar. Infelizmente, o filme acaba não conseguindo explorar todo o potencial dessas questões de forma tão eficaz quanto poderia, ficando aquém das expectativas geradas pelo nome de Clint Eastwood.


★★☆☆☆ 2/5


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