Crítica de Furiosa: Uma Saga Mad Max
- mindinmaia
- 21 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Furiosa: Uma Saga Mad Max conta a história de origem da personagem principal, interpretada por Charlize Theron em Mad Max: Estrada da Fúria. No mundo conhecido como Terra Desolada, onde recursos como comida e água são escassos, três reinos fortificados estão em guerra pelo controle: a Cidadela, a Cidade da Bala e a Vila Gasolina.
Décadas antes dos eventos de Estrada da Fúria, a jovem Furiosa (Anya Taylor-Joy) é capturada por uma Horda de Motociclistas liderada pelo Senhor da Guerra Dementus (Chris Hemsworth). Crescendo nesse ambiente hostil, ela acaba se envolvendo em uma guerra por uma cidadela governada por Immortan Joe (Lachy Hulme).
Visualmente, o filme segue o estilo dos anteriores de Miller, com a primeira surpresa sendo a quantidade de verde no 'lugar da abundância' mostrado no início. O filme é dividido em capítulos, nos levando pela Estrada da Fúria em uma gigantesca máquina de guerra cromada. Embora não seja tão inovador quanto seu antecessor, ainda impressiona com suas cenas de ação espetaculares.
O verdadeiro destaque é o diretor australiano George Miller, criador de todos os filmes Mad Max. Poucos diretores entendem de ação como Miller, e Furiosa está repleta de coreografias de dublês de tirar o fôlego.
O longametragem tem pouco diálogo, com Miller utilizando movimento, energia e edição inteligente para contar a história e ainda que a trama possa ser um pouco confusa, o ritmo do filme se mantém constante com a narrativa não sendo contada exatamente pelo ponto de vista da Furiosa na primeira metade do filme. A personagem inicialmente é um elemento que faz parte do contexto, mas não é totalmente o foco e que ao passar do filme vai ganhando mais e mais destaque.
O filme também expande a construção do mundo pós-apocalíptico, dedicando mais tempo à Cidade da Bala e à Vila Gasolina, além do covil das "esposas" de Immortan Joe, que foi brevemente mostrado em Estrada da Fúria.
Tanto Alyla Browne, como a jovem Furiosa, quanto Anya Taylor-Joy, como a versão adulta, entregam performances intensas, transformando o trauma de uma vida de lutas em pura determinação. Comparar Taylor-Joy com Charlize Theron é difícil, pois Theron interpreta Furiosa em um período curto e focado, enquanto Taylor-Joy explora mais profundamente o que significa sobreviver e viver nesse mundo.
Taylor-Joy tem uma química impressionante com Tom Burke, que interpreta Praetorian Jack, um mentor com quem ela desenvolve uma conexão verdadeira. Chris Hemsworth, conhecido por seu papel como Thor, nunca teve a oportunidade de interpretar um vilão tão implacável como Dementus, que, mesmo com indícios de um passado trágico, não tem chance de redenção.
Furiosa: Uma Saga Mad Max é uma viagem emocionante, repleta de cenas de ação que são uma verdadeira aula de encenação. O filme não supera Estrada da Fúria, mas também não fica muito atrás. Como fã de filmes de ação, aceito com entusiasmo essa nova adição à série, especialmente quando consegue captar grande parte dos pontos positivos desse incrível mundo pós-apocalíptico orquestrado por George Miller.
★★★★☆ 4/5
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