Crítica de Alien: Romulus (2024)

Alien: Romulus é a mais recente adição à icônica franquia Alien, dirigida por Fede Alvarez, conhecido por seus trabalhos em filmes de terror como O Homem nas Sombras. Situado entre os eventos de Alien: O Oitavo Passageiro (1979) e Aliens: O Resgate (1986), é uma tentativa ambiciosa de combinar o suspense sombrio de Ridley Scott com a ação frenética de James Cameron. A trama acompanha um grupo de jovens colonizadores espaciais que, ao investigar uma estação espacial abandonada, enfrentam o terrível xenomorfo, que retornam às telas em todo o seu horripilante esplendor.

Desde os minutos iniciais, o espectador é envolvido de forma imersiva, utilizando a ausência de som e uma trilha sonora oitentista para criar uma atmosfera nostálgica que remete diretamente aos filmes originais. Esse uso inteligente do silêncio na ambientação aumenta a tensão, enquanto a música nos transporta de volta aos dias de glória da franquia. Além disso, os fãs mais atentos encontrarão um prazer particular em identificar easter eggs e elementos já familiares no universo de Alien, o que adiciona uma camada extra de satisfação à experiência.

A decisão de retornar às origens da franquia, ignorando as complexidades filosóficas introduzidas em Prometheus (2012) e Alien: Covenant (2017), é acertada. Um dos principais destaques do filme é a forma como Alvarez combina elementos de ação, suspense e terror, evocando tanto a atmosfera claustrofóbica do primeiro filme quanto a adrenalina do segundo. Alien: Romulus foca no essencial: o medo puro e visceral que o xenomorfo traz.

No entanto, o filme não está isento de críticas. A trama é simplista, seguindo uma linha mais linear e previsível. A falta de inovação pode ser um ponto negativo para aqueles que esperam algo novo e surpreendente. Além disso, a tentativa de substituir Ellen Ripley (Sigourney Weaver) com a jovem Cailee Spaeny é ambiciosa, mas a personagem Rain Carradine, embora bem interpretada, não possui o mesmo impacto icônico de Ripley.

Ainda assim, há razões claras para assistir Alien: Romulus no cinema. Alvarez demonstra uma evolução técnica notável, utilizando efeitos práticos e cenários reais para criar uma experiência imersiva e assustadora. A atmosfera do filme é tensa e claustrofóbica, e os xenomorfos voltam a ser uma presença verdadeiramente aterrorizante, o que garante uma experiência cinematográfica intensa e memorável.

Apesar desses pontos, Alien: Romulus é uma experiência que merece ser vista no cinema. O retorno às origens do horror espacial, aliado ao visual impressionante e à tensão constante, faz com que o filme seja uma adição digna à franquia. Para os fãs de longa data, é muito satisfatório ver os xenomorfos novamente em ação em um ambiente que faz jus ao legado de Alien. Para os novos espectadores, é uma oportunidade de conhecer uma das criaturas mais assustadoras e icônicas da história do cinema em um formato que explora ao máximo o potencial do terror espacial.

★★★★☆ 4/5