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Critica de Os Fantasmas Ainda Se Divertem

  • mindinmaia
  • 1 de fev.
  • 3 min de leitura


Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice resgata um dos maiores sucessos da fase áurea de Tim Burton, mas não sem tropeços ao longo do caminho. A continuação do clássico de 1988 mistura nostalgia e inovação, explorando o retorno de personagens icônicos e adicionando novas camadas ao universo dos mortos e vivos. Contudo, nem todos os elementos entregam o impacto esperado.



O filme parte de um ponto emocional: Lydia Deetz (Winona Ryder) e sua madrasta, Delia Deetz (Catherine O’Hara), retornam à casa assombrada após enfrentarem um luto inesperado. Esse cenário força Lydia a se reconectar com sua filha, Astrid (Jenna Ortega), que guarda mágoas profundas da mãe desde a perda do pai. Astrid desacredita nas habilidades mediúnicas de Lydia e considera tudo uma invenção, enquanto tenta lidar com os próprios traumas e perdas. Esse conflito familiar traz uma densidade dramática, marcando uma tentativa de modernizar a narrativa e torná-la mais acessível a uma nova geração.



Visualmente, Beetlejuice Beetlejuice é um espetáculo que reafirma o talento de Tim Burton em criar mundos excêntricos. A combinação de cenários reais e maquetes, aliada ao uso de efeitos práticos e técnicas de stop-motion, dá ao filme uma textura nostálgica e artesanal, reminiscente de seus primeiros sucessos como em O Estranho Mundo de Jack e Edward Mãos de Tesoura. De fato a direção de arte é impecável, cheia de detalhes que reforçam a atmosfera gótica e absurda. Toda trama é acompanhada pela trilha sonora de Danny Elfman, ampliando a melancolia e o humor ácido do enredo.



Entretanto, o roteiro carece de coesão. Há subtramas demais acontecendo ao mesmo tempo, e muitas delas parecem peças desconectadas ou mal desenvolvidas. Embora a diversidade de histórias contribua para o caos criativo que é típico de Burton, ela também gera uma sensação de dispersão narrativa. Em alguns momentos, parece que o diretor está testando ideias sem saber ao certo qual direção tomar, e vai varrendo até que o quebra-cabeça tome forma e revele seus desfechos.



O elenco é um dos pontos fortes do filme. Winona Ryder retorna como Lydia com a mesma intensidade emocional que marcou sua performance original, porém um pouco menos teimosa e mais assustada. Jenna Ortega interpreta Astrid de forma contida e racional, transmitindo bem a descrença de sua personagem no universo mediúnico. Willem Dafoe e Monica Bellucci adicionam profundidade com performances marcantes. Bellucci, em especial, interpreta uma mulher que precisa juntar os pedaços após uma traição passada. Michael Keaton, revive Beetlejuice com a energia caótica que o tornou inesquecível.



Por outro lado, algumas escolhas narrativas comprometem a experiência, especialmente a tentativa de recriar a icônica cena da "possessão musical" do filme de 1988. Essa referência, colocada no clímax, soa forçada e pouco criativa, tirando um pouco do brilho do desfecho.


Há ainda muito mais enredo que não vale a pena revelar aqui. Parte da diversão está justamente em acompanhar as surpresas que o filme reserva e como elas se conectam ao universo expandido da história.



Apesar de seus tropeços, Beetlejuice Beetlejuice é uma bem-vinda celebração da criatividade de Tim Burton. A abordagem do Além como uma repartição pública burocrática continua brilhante, e o retorno aos cenários e efeitos práticos é um lembrete do talento singular do diretor. É um filme que diverte, emociona e, em momentos, encanta – mesmo que fique aquém da originalidade do primeiro.

Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice está disponível para streaming no HBO Max. 👻


★★★★☆ 4/5


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